ainda há coisas que não consigo entender . por muito que me esforce, não consigo .

como, por exemplo, porque é que estudamos a vida toda, se aquilo que precisamos mesmo de saber não se aprende dentro de quatro paredes ?

e, porque é que caimos sempre nas mesmas embrulhadas, sejam as vezes que forem ?

ainda gostava de saber o porquê de uma tarde desperdiçada e que vai custar a sarar .

sei que a culpa ( pelo menos 80% dela ) é minha, por ainda ter capacidade de sonhar alto . mas nao me vou esquecer das tuas palavras, pelo bem e pelo mal .

custou, fez frio, doeu, caiu mal, mas cheguei a casa e consegui deitar-me na cama sem derramar uma única lágrima que fosse .

tive quase duas horas a remoer cá dentro, desejosa por chegar a casa e conseguir afogar-me na almofada . foras as duas horas mais dificeis de passar .

é por isto e por aquilo que não consigo acreditar no que me dizem . não dá para acreditar quando temos destes momentos .

no caminho, só pensava em voltar atrás, apanhar transporte e ir-te bater à porta de casa .

talvez assim conseguisses olhar-me nos olhos e dizer toda a verdade .

mas não, fiquei no meu lugar tentando não ser demasiado dramática .

o teatro já estava feito, e não fui eu que o montei, antes pelo contrário .

há-de chegar um dia é que vai dar, em que finalmente vou ver e ouvir .

aguardo a chegada desse dia de porta aberta . venha ele quando vier .

próxima paragem : apagar-te - custo do bilhete : silêncio profundo .