sábado, 31 de janeiro de 2009

falta (...)

Denomino'me de criança.
Nao aqela criança q faz birras e q teima em fazer asneiras, mas sim aqela criança q pinta uma realidade impossivel e tenta, a todo o custo, acreditar nela.
Pinto o céu numa tonalidade q nao é a real, e desenho uma casa lá no meio.
Á volta nascem flores e brincam crianças.
A eterna melodia do teu ser, embala'me nas noites mais escuras e o teu toqe profundo acalma as minhas mágoas.
Aqela sensação de q tudo em volta não existe deixa'me traquila e de novo em paz.
Vês q adormeço e vais embora . Sinto a tua falta e grito. Grito de medo de cair no negrume da noite.
Grito com medo de me perder na imensidão de perguntas q me abalam e destroem a cada segundo q passa .
Mas logo a seguir, olho para trás e lá estás tu. Calmo e sereno como se o mal nao existisse e cobres'me de carinho para que o gelo do passado nao se entranhe no meu corpo.
Fazes'me sonhar contigo e viver de ilusões.
São meros sonhos deste q constroem a minha vida.
Sao meras presenças tuas q constroem os meus sonhos.
Apareces e mudas tudo. O candeeiro q estava na mesinha'de'cabeceira mudou para cima do guarda'roupa, e assim deixo de ver o q se passa a minha volta.
Por escassos segundo sinto'me a perder'te. Para onde foste ?
Onde estás ?
Deixaste'me sozinha . Aos poucos o escuro e o abstracto vêm ao meu encontro.
Chamo'te mas nao me ouves .
Anda, teho medo ! Anda, nao me deixes sozinha !
Anda !
Anda !
Anda !
Nao vens e uma lágrima escorre'me pela face. Deixaste'me desamparada qando mais necessitava de ti.
O teu nome ecoava'me na cabeça e a tua sombra surgia montes de vezes nos meus olhos. Mas tu nao vinhas, nao qerias vir.
De repente passam'me mil e uma imagens pela cabeça.
O teu sorriso, o teu olhar, o teu cabelo, a tua letra. Sinto o teu cheiro no ar e tento segui'lo.
Levanto'me com medo de cair no profundo negrume, com cuidado para nao pisar pesadelos andantes e encolhida para nao tocar em pedras frias e viscosas.
Estico o braço e volto'o em todas as direcçoes. Tento encontrar'te com o tacto e não consigo.
Desapareceste sem eu dar conta, para um lugar inacreditável.
Volto para onde me levaste e espero por ti, exactamente na posiçao em q fiqei.
Encolhida, de cabeça encostada ao peito, fecho os olhos e chamo'te em silêncio.
Volta. Volta. Volta. Volta.
Abro os olhos e nao vejo nada a nao ser escuro. Escuro como o teu olhar. Um escuro profundo q me faz qerer ter'te junto de mim.
Os olhos teimam em fechar, e nao os empeço.
Fecham'se e começam a sentir lufadas de ar qente. Sinto, entao, um toqe reconfortante, uma magia q nunca tinha sentido. Qando vou a abrir os olhos, sinto q mos fechas. Acredito, finalmente, q nao me deixaste, apenas sumiste por uns instantes.
Depois sinto o teu qeixo na minha cara, e sinto q a tua peqena barba me pica nas bochechas. És real ! És mesmo tu !
Pegas'me na mao e fazes desenhos com os teus dedos. Sinto comichao, mas é bom. Continua. Depois, pondo algo frio lá dentro, fechas'ma. Sussurras'me ao ouvido "Abre os olhos, devagarinho".
Devagar, como me pediste, abro os olhos e vejo apenas luz á minha frente.
"Nao te vires". Nao me viro.
"Agora, abres a mão... Mas com cuidado"
Abro a mao, cuidadosamente, e surpreendo'me. Deixeste lá um pedaço de sonho.
Pedes'me para q nao te veja. Mas porquê ?
"Nao te vires. Nao me podes ver."
Fizeste tudo isto para me deiar assim ?
"É o melhor para ti. Gosto de ti em segredo"
As tuas palavras gravaram'se na minha cabeça. O meu coração batia mais rapido e as minhas maos tremiam.
Deitaste'me no teu colo, passaste'me a mao pelo cabelo e beijaste'me a testa.
Adormeci, de novo, contigo, sem saber qem eras.
O negrume tinha passado e tudo o q era mau tinha desaparecido.
Qando acordei tinha no teu lugar um desenho de um lugar mágico e puro.
Em baixo, em letras maiusculas dizia "O nosso sitio. Irei levar'te para lá comigo. Um dia saberás."
Inocente, sorri e guardei o desenho. Mesmo irreal, era mágico. Tinha significado e cor.
Pintaste o meu mundo de cores diferentes, mesmo tu nao tendo cor.
És um alguém no meio de ninguéns.
És a melodia do meu silêncio.

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